Quando se fala em Educação Física é bem provável que a primeira coisa que venha a cabeça sejam músculos hipertrofiados ou uma academia lotada de gente fazendo animadas aulas de zumba, mas na verdade, a Educação Física é bem mais que isso.
No início de sua prática a Educação Física não passava da repetição de movimentos e era praticado apenas pelos meninos, só a partir de 1882 é que a participação das meninas se tornou obrigatória, através de Rui Barbosa, que lançou a “Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior”, alterando o rumo da Educação Física no Brasil.
O tempo passou e o Brasil tornou-se uma República e com ela vieram influências oriundas das escolas sueca, alemã e
francesa, esses métodos conferiam à Educação Física uma perspectiva
eugênica, higienista e militarista, na qual o exercício físico deveria ser
utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral
(Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente para o combate militar
(Militarismo) (Darido e Rangel, 2005), essas influências se mantiveram até o final da segunda guerra mundial.
Com o Golpe Militar de 1964 a história da Educação Física deu outra guinada e passou a ser uma prática que dava ênfase ao esportivismo, pois os resultados positivos em competições internacionais amenizavam as críticas ao Governo Militar e serviam como base de sustentação para suas ideologias.
Segundo (Darido e Rangel, 2005), "a Educação Física ao longo de sua história priorizou os conteúdos gímnicos
e esportivos, numa dimensão quase exclusivamente procedimental, o saber fazer e
não o saber sobre a cultura corporal ou como se deve ser", porém isso começou a mudar no início da década de 80, com o surgimento de diferentes concepções pedagógicas, que visavam mudar os modelos mecanicista e esportivista que até então regiam a prática da Educação Física.
Uma das abordagens mais atuais e divulgadas é a Pedagógica Crítica, que entende a Educação Física como a Cultura Corporal do Movimento e aceita como temas os jogos e brincadeiras, a dança, os esportes, as lutas e a ginástica, entretanto é importante ressaltar que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais tão importante quanto o "saber fazer", é o "saber porque se faz", tornando assim a Educação Física uma disciplina responsável pelo desenvolvimento do corpo e também da mente.
Bibliografia
Darido,
S. C. e Rangel, I. C. A. Educação física na escola: implicações para
a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.
Brasil.
Parâmetros curriculares nacionais : Educação física Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF 1997.
Soares, E.
R. Educação Física no Brasil: da
origem até os dias atuais. Buenos Aires: EFDeportes.com Revista Digital. Nº 169. 2012.